Campanhas salariais: reajustes perdem da inflação em 45% dos acordos do ano

A inflação elevada continua a atingir as campanhas salariais e os reajustes, conforme novo balanço divulgado pelo Dieese.

De janeiro a maio, a proporção de reajustes menores do que o INPC-IBGE subiu quatro pontos e atingiu 44,7% do total.

Outros 32,9% dos acordos equivaleram à variação do INPC, índice usado como referência nas negociações trabalhistas.

E apenas 22,4% tiveram ganho real.

Assim, a variação média dos reajustes é de -0,78%.

Entre os setores, a indústria está um pouco acima da média e tem 27% de acordos com reajuste superior à variação acumulada do INPC.

Os serviços aparecem com 22,1% e o comércio, com 15,8%.

A área de serviços tem a maior proporção de aumentos abaixo da inflação: 51,6%.

Apenas as campanhas com data-base em maio mostram resultado ainda pior: 54,5% dos reajustes perdem para a inflação medida pelo INPC.

São 32,1% de acordos com índice equivalente e só 13,4% abaixo.

O reajuste médio foi de -1,28%, o pior desde agosto de 2021 (-1,48%).

Desde setembro, a inflação supera os dois dígitos.

No mês passado, por exemplo, o reajuste necessário apenas para recomposição salarial foi de 12,47%.

Agora, o INPC em 12 meses está acumulado em 11,90%.