Crédito imobiliário tem nova queda em 2022

Os financiamentos imobiliários com a caderneta da poupança, a principal fonte de recursos do setor, somaram R$ 179,2 bilhões em 2022, uma queda de 12,8% em relação ao observado no ano anterior.

Em dezembro, esse número foi de R$ 14 bilhões – nesse caso, o recuo foi de 16,4% em comparação ao mesmo mês de 2021. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Somando os empréstimos feitos com recursos do FGTS, o setor concedeu R$ 240,8 bilhões em crédito imobiliário no ano passado. Apesar de o número representar uma retração de 5% em comparação a 2021, ele ainda marca o segundo melhor desempenho da série histórica da associação.

Dados de projeções da Abecip, por exemplo, apontam para uma retração de 8% no total de financiamentos do setor neste ano, para R$ 221 bilhões. Na abertura dos dados, a previsão é de uma queda de 13% dos empréstimos feitos com recursos da poupança, para R$ R$ 156 bilhões.

Na contramão, a expectativa para as concessões de crédito feitas com recursos do FGTS é de uma alta de 5% em 2023, para R$ 65 bilhões.

Em 2022, o saldo total da caderneta ficou em R$ 764 bilhões – queda de 3,3% em comparação a 2021. Já o saldo do FGTS ficou em R$ 502 bilhões, um aumento de 7% na mesma base de comparação.

Além disso, outro fator que ajuda a explicar o aumento das taxas é o custo das linhas de crédito imobiliário para as instituições financeiras. O Brasil continua com a maior taxa de juros reais do mundo.

A expectativa é que haja uma aceleração nos financiamentos de baixa renda, voltados para empréstimos do Programa Casa Verde e Amarela (que deve voltar a se chamar Minha Casa Minha Vida).

Os distratos (rescisão ou anulação de um contrato), por sua vez, podem voltar a crescer neste ano. Segundo a Abecip, no ano passado, o percentual de distratos em relação ao volume de vendas em São Paulo ficou em 5,1%, uma queda de 1,1 ponto percentual (p.p.) em comparação ao ano anterior (6,2%).