Desemprego e informalidade são maiores entre as pessoas com deficiência

As pessoas com deficiência estão menos presentes no mercado de trabalho, em relação àqueles que não têm deficiência.

Em 2019, a taxa de participação para pessoas com deficiência (28,3%) era menos da metade do que entre as pessoas sem deficiência (66,3%).

Esse indicador mede a proporção de ocupados e de desocupados entre as pessoas com 14 anos ou mais de idade.

Os dados são da publicação Pessoas com deficiência e as desigualdades sociais no Brasil, divulgada pelo IBGE.

A principal fonte do estudo é a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, publicada em agosto do ano passado.

Segundo o estudo, a taxa de participação é o indicador que mede o engajamento no mercado de trabalho, ou seja, se as pessoas estavam procurando emprego ou estavam ocupadas.

Essa taxa é menor para pessoas sem deficiência em todos os grupos de idade e a diferença maior está entre as pessoas de 30 a 40 anos.

As pessoas com deficiência dessa faixa etária tinham uma taxa de participação de 52,6%, enquanto para as pessoas sem deficiência, era de 84,5%, uma diferença de 31,9 pontos percentuais (p.p.).

Já a taxa de desocupação era maior para pessoas com deficiência (10,3%) do que para as pessoas sem deficiência (9,0%).

Esse indicador era de 25,9% entre as pessoas com deficiência de 14 a 29 anos de idade e de 18,1% para as pessoas sem deficiência da mesma faixa etária.

Para os idosos com deficiência, a desocupação era de 5,1% ante 2,6% para os idosos sem deficiência.

Os recortes de sexo e cor ou raça apontam para outras disparidades. A taxa de desocupação era de 12,6% entre as mulheres brancas com deficiência e de 8,3% entre as sem deficiência. Esse indicador era maior (13,4%) para as mulheres pardas ou pretas com ou sem deficiência.

A taxa de formalização indica a forma de inserção no mercado de trabalho, ou seja, se os trabalhadores estão em ocupações formais ou informais. Enquanto mais da metade (50,9%) das pessoas sem deficiência ocupadas estava empregada em postos formais, esse indicador era de 34,3% entre aqueles com deficiência. As pessoas com mais de uma deficiência tiveram um percentual ainda menor: 27,3%.

Em 2019, as pessoas com deficiência recebiam, em média, R$ 1.639 mensais como rendimento do trabalho. Isso representa cerca de dois terços dos rendimentos das pessoas sem deficiência, que recebiam uma média de R$ 2.619 por mês naquele ano.