Desemprego recua para 8,9% em agosto com recorde de trabalhadores sem carteira assinada, aponta IBGE

O Brasil começou o segundo semestre deste ano com índices de desemprego mais baixos em sete anos, consolidando tendência de recuperação do mercado de trabalho.

Em contrapartida, bateu recorde histórico o número de trabalhadores sem carteira assinada no país.

É o que apontam os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o levantamento, realizado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), a taxa de desemprego em agosto caiu para 8,9%, a menor desde julho de 2015, quando ficou em 8,7%.

Esta foi a sexta queda seguida da taxa de desemprego no país, que já mantinha uma trajetória de declínio desde março do ano passado.

De acordo o IBGE, o resultado de agosto consolida a tendência de recuperação do mercado de trabalho no Brasil.

Em números absolutos, o país encerrou agosto com um contingente de, aproximadamente, 9,7 milhões de desempregados – o menor nível desde novembro de 2015 – cerca de 4,2 milhões a menos que em agosto do ano passado, o que representa uma queda de 30,1% em um ano.

Na comparação com o trimestre terminado em julho, o recuo foi de aproximadamente 2%, o que representa cerca de 200 mil trabalhadores a menos na fila do desemprego.

A melhora nos índices de desemprego, no entanto, não foi puxada pela redução do número de desempregados, mas pelo aumento da população ocupada no mercado de trabalho brasileiro, que bateu novo recorde da série histórica, iniciada em 2012, somando cerca de 99 milhões de pessoas.

Em um ano, o contingente de ocupados aumentou em 7,3 milhões de trabalhadores, o que corresponde a um crescimento de 7,9% no período.

Já na comparação com o trimestre terminado em julho, a alta foi de 1,2 milhão, pouco mais de 1%. Com isso, o contingente de pessoas ocupadas chegou a 99 milhões, batendo novamente o recorde na série histórica, iniciada em 2012.

O nível de ocupação, ou seja, o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 57,1%, com crescimento tanto no confronto trimestral, sobretudo no anual – em agosto do ano passado era de 53,4%.

Segundo o IBGE, três atividades influenciaram o aumento da ocupação e consequente queda no desemprego: comércio, administração pública e outros serviços, que tiveram o número de ocupados aumentado em, respectivamente, 566 mil, 488 mil pessoas e 211 mil pessoas.

O ingresso da maior parte dos 7,3 milhões de trabalhadores que se ocuparam no mercado desde agosto do ano passado se deu por meio da carteira assinada no setor privado – foram assinadas 3 milhões de carteiras em um ano, o que corresponde a 41% do contingente dos novos ocupados e a um aumento de 7,9% na comparação com igual período de 2021.

Outros 1,8 milhão de trabalhadores foram ocupados sem carteira assinada. Embora em menor número, este incremento de informais fez com que o contingente de trabalhadores nesta condição atingisse o maior patamar da série histórica iniciada em 2012, de 13,2 milhões de pessoas, 16% a mais que no mesmo período do ano passado.

Já a quantidade de trabalhadores por conta própria ficou estável em 25,9 milhões de pessoas, enquanto o número de empregados no setor público cresceu 4,1% e chegou a 12,1 milhões.

Entre os desalentados, a população total foi de 4,3 milhões de pessoas e o percentual de desalentados foi de 3,8%, ambos mantendo estabilidade.

Pelo segundo mês consecutivo, o rendimento real habitual cresceu e chegou a R$ 2.713 no trimestre.