Inflação afeta consumo de alimentos para 78% da população, diz estudo

A percepção de inflação chegou aos lares brasileiros, tirando alimentos da mesa e mantendo pouca expectativa de mudanças na situação econômica do país no curto prazo.

A maioria dos entrevistados (93%) afirma que o preço dos produtos aumentou ou aumentou muito em relação ao início do ano.

Da mesma forma, oito em cada dez entrevistados (78%) apontam que o consumo de alimentos e outros itens do abastecimento doméstico é o item que mais tem sido impactado pela inflação.

A recuperação econômica ainda está longe do horizonte dos brasileiros.

Metade dos entrevistados (51%) acredita que a sua vida financeira e familiar só irá se recuperar após 2022 ou isso sequer acontecerá. Quando pensam na recuperação da economia do país, é mais elevado o contingente de pessimistas (77%).

Alinhados com esse sentimento, 66% têm expectativa negativa também no que se refere ao crescimento do país.

Esses dados são revelados pela mais nova rodada da pesquisa Radar Febraban, realizada com 3 mil pessoas, entre os dias 21 de maio a 2 de junho, nas cinco regiões do país.

A maior parte dos brasileiros (51%) acredita que a situação financeira familiar só irá se recuperar depois de 2022 (47%) ou nem irá se recuperar (4%). 

Uma parcela de 25% dos entrevistados acredita que a recomposição financeira da família irá ocorrer ainda em 2022.

E mais 8% afirmam já ter havido uma melhora financeira em 2021, perfazendo 33% que já se recuperaram; além de 10% que afirmam não terem sido afetados.

Saindo do campo das finanças pessoais para a visão sobre a economia do país, os entrevistados se mostram mais cautelosos e 68% afirmam que só haverá recuperação após 2022.

Esse percentual é o mesmo das rodadas de junho e setembro de 2021, quando também se imaginava que a retomada econômica somente ocorreria no ano seguinte.

Hoje, os mais pessimistas quanto à recuperação da economia somam 9% e são principalmente os menos escolarizados (12%) e com menor renda (11%).

É quase uma unanimidade (93%) a percepção de que a inflação e o preço dos produtos aumentaram ou aumentaram muito do início do ano pra cá.

Em todos os estratos, esse percentual fica igual ou acima de 90%, chegando a 96% entre os que ganham acima de 5 SM.

O consumo de alimentos e de outros itens do abastecimento doméstico é o item que mais impacta no orçamento das famílias hoje em dia (78%), representando aumento de 9 pontos em relação ao levantamento de dezembro passado.