Nota de R$ 20 faz 20 anos: veja como o poder de compra mudou no tempo
Há duas décadas a nota de R$ 20 chegava às mãos e ao dia a dia dos brasileiros.
De lá para cá, além do visual da cédula – repaginado em 2012 – muita coisa mudou, principalmente o que era possível comprar com o valor.
Se atualizada pela inflação atual, que corrói o poder de compra dos brasileiros, a cédula do mico-leão-dourado valeria R$ 69, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em 2002, o salário mínimo subiu de R$ 180 para R$ 200.
Os R$ 20, portanto, representavam 10% de quem ganhava o básico.
Hoje, o valor representa 1,65% dos R$ 1.212 atuais.
Os dados do IBGE também mostram que, nestes 20 anos, o carrinho de supermercado ficou 360% mais caro, e a lista de compras paga naquela época com R$ 20 foi minguando.
“O poder de compra encolheu bastante. A inflação acumulada é de 254% pelo IPCA, e com isso a realidade dos preços se alterou brutalmente. É como se a gente multiplicasse o preço dos produtos por quatro. A nota de R$ 20 compra muito menos diante de uma inflação tão alta. Em termos reais, se a gente divide ela pela inflação acumulada, é como se ela comprasse algo equivalente a R$ 5,65 atuais”, calcula André Braz, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Um encarte de supermercado do dia do lançamento da cédula mostrava que era possível comprar com o valor 1 kg de alcatra ou contra-filé, 5 kg de arroz, 1 kg de feijão, 1 kg de açúcar, 500 g de café, uma lata de leite em pó, um pacote de 1 kg de sabão em pó, um sabonete e um detergente de 500 ml. Ainda sobrariam R$ 0,06.
Já no encarte desta semana da mesma rede de supermercados, é possível comprar apenas 500 g de café e um frasco de detergente, ou um pacote de 5 kg de arroz e 1 kg de açúcar – nesse caso completando com R$ 0,94.
(((Com informações do Portal IG)))