País bate novo recorde de pedidos de demissão em 12 meses
O país registrou 6,467 milhões de pedidos de demissão nos últimos 12 meses até julho, entre os trabalhadores com carteira assinada.
Trata-se de um novo recorde, apesar do desemprego ainda elevado e da dificuldade dos profissionais de voltar ao mercado de trabalho.
Esse número equivale a 32,4% do total de desligamentos de trabalhadores no período (19,984 milhões).
Ou seja, 1 de cada 3 desligamentos foram voluntários (a pedido do trabalhador).
O levantamento é da LCA Consultores e utiliza os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que contabiliza as vagas com carteira assinada no país.
O recorde leva em conta o período a partir de janeiro de 2020, início da série histórica do Caged com a metodologia atual de contagem de vagas.
Em relação a julho de 2021 (4,539 milhões), houve aumento de 42,5% no número de demissões dentro do acumulado de 12 meses.
Tanto no acumulado de 12 meses quanto em julho, São Paulo se manteve no topo dos estados com maior número de pedidos de demissão. Isso se deve ao fato de o estado ser o que mais emprega no país.
Todas as unidades da Federação tiveram seu maior número de pedidos de demissão desde janeiro de 2020 no acumulado em 12 meses.
Já em julho a maioria dos estados bateu recorde nos pedidos de demissão, à exceção de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Amapá.
Ainda na comparação com janeiro de 2020, o número de demissões em julho chegou a mais que dobrar em alguns estados nas duas bases de comparação.
O responsável pela pesquisa lembra ainda que no começo da pandemia muita gente acabou aceitando emprego sem ter afinidade com suas formações. Com a diminuição dos efeitos da pandemia no mercado de trabalho, os profissionais pedem demissão para serem admitidos dentro de cargos mais adequados a suas qualificações.
A volta ao trabalho presencial é outro fator que influencia, principalmente em empregos específicos, mais voltados para o setor de serviços em que seja possível trabalhar de casa.
Especialistas apontam que o acumulado de 12 meses tem batido recordes sucessivos de pedidos de demissão, e isso deve continuar ocorrendo, porque no levantamento têm entrado mais meses de 2022, que é um ano de normalização do mercado de trabalho, e têm saído os meses de 2021, que foi um momento ainda de incertezas e com trabalhadores em empregos não condizentes com suas formações.