Preços da cesta básica sobem até duas vezes mais que a inflação oficial
Os preços médios da cesta básica caíram, em maio, em 14 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese.
Mas sobem em todas as cidades no acumulado do ano e em 12 meses chegam a aumentar até duas vezes mais que a inflação.
As exceções no mês passado foram registradas em Belém (2,99%), Recife (2,26%) e Salvador (0,53%).
As principais quedas foram apuradas pelo Dieese em Campo Grande (-7,30%), Brasília (-6,10%), Rio de Janeiro (-5,84%) e Belo Horizonte (-5,81%).
De janeiro a maio, a cesta aumenta de 5,47% (Vitória) a 13,56% (Curitiba), passando por 12,66% em São Paulo, onde está mais cara: R$ 777,93.
A de menor valor é a de Aracaju (R$ 548,38). Em 12 meses, o preços sobem de 13,17% (novamente Vitória) a 23,94% (Recife), e 22,24% na capital paulista.
A inflação oficial (IPCA) está em 12,13%.
Assim, com base na cesta mais cara, o Dieese calcula em R$ 6.535,40 o salário mínimo necessário para as despesas básicas de uma família de quatro pessoas.
Isso corresponde a 5,39 vezes o mínimo oficial (R$ 1.212,00). Essa proporção foi de 5,57 vezes em abril e de 4,86 há um ano.
Ainda segundo o Dieese, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 120 horas e 52 minutos, menos do que em abril (124 horas e 8 minutos).
E bem mais do que em maio de 2021 (111 horas e 37 minutos). Quem ganha salário mínimo comprometeu, em média, 59,39% do rendimento líquido para comprar os produtos da cesta – 61% em abril e 54,84% um ano atrás.
O preço do quilo do pão francês subiu em todas as cidades pelo segundo mês seguido. A farinha de trigo, pesquisada no Centro-Sul, também teve alta.
O leite integral também teve aumento nas 17 capitais. A farinha de mandioca (Norte/Nordeste) também aumentou, assim como o quilo do café.
O preço do feijão subiu em 12 capitais. Já o do tomate só não caiu em Belém.
Chegou a ter redução de 40,04% em Campo Grande e 37,77% no Rio.