Salário mínimo ideal de fevereiro deveria ter sido de R$ 6.012,18

Em fevereiro de 2022, o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas deveria ter sido de  R$ 6.012,18, ou 4,96 vezes o mínimo de R$ 1.212,00, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Em janeiro, o Dieese estimou que o valor ideal era de R$ 5.997,14, ou 4,95 vezes o mínimo e, em fevereiro de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.375,05, ou 4,89 vezes o mínimo vigente na época, de R$ 1.100,00.

O cálculo do salário mínimo ideal é feito com base na cesta básica mais cara entre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. Em fevereiro, a campeã dos preços altos foi São Paulo, com cesta custando R$ 715,65.

O cálculo do Dieese leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Em fevereiro, o tempo médio que o trabalhador levou para adquirir os produtos da cesta básica ficou em 121 horas e 48 minutos no Distrito Federal, maior do que a média nacional, que ficou em 112 horas e 20 minutos. Em fevereiro de 2021, a jornada necessária foi calculada em 110 horas e 22 minutos.

O trabalhador que ganha o salário mínimo, comprometeu em média, em fevereiro de 2022, 56,11% do rendimento para adquirir os produtos da cesta. O cálculo é feito com base no salário líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social.

Em fevereiro de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 54,23%.

Segundo levantamento do Dieese, o valor da cesta básica de alimentos aumentou em todas as 17 capitais pesquisadas em fevereiro.  As altas mais expressivas ocorreram em Porto Alegre (3,40%), Campo Grande (2,78%), Goiânia (2,59%) e Curitiba (2,57%).

São Paulo foi a capital onde a cesta apresentou o maior custo (R$ 715,65), seguida por Florianópolis (R$ 707,56), Rio de Janeiro (R$ 697,37), Porto Alegre (R$ 695,91) e Vitória (R$ 682,54).

Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 516,82), Recife (R$ 549,20) e João Pessoa (R$ 549,33).

Já a capital do país tem a sétima cesta básica mais cara entre as grandes cidades, com média de R$ 670,98. Esse valor representa cerca de 60% do salário mínimo.

Segundo o Dieese, o preço do feijão aumentou em todas as capitais pesquisadas. Para o tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, as altas oscilaram entre 1,81%, em Natal, a 10,14%, em Belo Horizonte.

Já o preço do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, apresentou taxas entre 1,20%, em Vitória, e 7,25%, no Rio de Janeiro.